sexta-feira, 1 de agosto de 2025

049


É primavera e nada mudou
Tudo mudou porque é primavera
Assim é o meu jogo de tédio e quimera

048


Quantas feridas eu arranjei
Quantos espinhos no coração
Que venham as flores de algodão

047


Lá embaixo, naquele vale
São casinhas na imensidão
Até parecem o meu coração

046


Em cada lugar há uma flor
Em busca de um sol pra se esquentar
Que não fique flor sem um sol pra amar

045


Eu tenho medo de tempestade
De vampiro e mula sem cabeça
Faço versos pra que não aconteça

044


A cordura vai chegando
O sol no céu vai se escondendo
As flores passam, outras vão nascendo

043


Eu quero um dia calmo de chuva
De sopro leve, de alva fresca e suave
Quero água doce que venha e me lave

042


Por toda a vida adorei uma flor
Por necessidade, enfim, de adorar
Mas não era amor, era só meu penar

041


Cores quentes da primavera
A luz se iguala por ambos os lados
O tempo é das flores e amores rimados

040


Eu hoje morri em um tom figurado
Como se as flores, por dentro, murchassem
Não soube das rosas que me aliviassem